SAIBA MAIS SOBRE A RÁDIO CIDADE 96,9
A Rádio Cidade FM foi uma emissora de rádio brasileira instalada na cidade de São Paulo, e operava na frequência de 96.9 MHz. Entrou no ar nos anos 80 e transmitiu até 2001.
A emissora foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980, e transmitia para toda aGrande São Paulo, por ser sua antena de longo alcance. Seu primeiro coordenador foi Carlos Townsend que já havia implatado o formato Cidade no Rio de Janeiro em 1977.
Com seu repertório musical baseado essencialmente em música jovem, assim como suas co-irmãs do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, em 9 meses, se torna líder de audiência na região assim permanecendo por 3 anos consecutivos.
Por causa de uma disputa judicial, com relação a patente do nome "CIDADE", movida pelo Grupo Jornal do Brasil (Processo no. 2000.51.01.024303-1, na 38a Vara Federal do Rio de Janeiro), tendo sido a rádio derrotada, foi obrigada, às pressas, a partir do dia 22 de março de 2001, a modificar as suas vinhetas de identificação para que não constasse mais o nome Cidade, em cumprimento de uma ordem judicial.
Então, a partir daí, a rádio passou apenas a se identicar como 96.9 FM, sendo, pouco tempo depois, rebatizada com o nome deRádio Sucesso FM. Com a mudança de nome, os diretores da rádio também mudaram de filosofia, passando a tocar músicas polulares e lights.
A Radio Cidade foi precursora da Radio Sucesso, que na década de 80 foi a referencia de rádio popular FM na Capital de S.Paulo, onde passaram vários comunicadores como Beto Rivera (Hoje superintendente da radio Gazeta FM S.P.), Tavinho Ceschi (Hoje no canal Terra Viva), Beto Medeiros (Hoje em radio do interior de S.P.), Roni Magrini (Hoje nas Radios AM), Celson Giunth (Hoje empresario artístico), Sandra Groth (Hoje ainda em Radios FM), Tony Lamers (Hoje jornalista da TV Tribuna de Santos), Vinny (Hoje nas FMs de São Paulo), Bob Floriano (locutor padrão das casas Bahia e publicitario), Roberto Raz (hoje em FMs de S.P.) Fernando Moreno (Voz Padrao do SBT e locutor radio Gazeta FM), Claudia Martins (Locutora FM e Web em S.P.), Simone Rigotti (Locutora Sul do Pais), Cyro , Julinho Moreno, Guedes, Andre Miller, Fernando Luiz, Wander, Robson, Cesar Almir, Marcelo Braga, Waguinho, Ricardo Hill, Gilson, e muitos outros comunicadores.
Vários programas marcaram essa época, "Vale a pena ouvir de novo","Saudade Cidade","Love Songs", "Swing da Cidade", "Sucesso da Cidade", "Triplicidade", "Cidade dá de 10" e muitos outros.
A emissora que, por diversas vezes, ficou em primeiro lugar em audiência pelo IBOPE, foi obrigada pela justiça a não utilizar o nome CIDADE, devido uma ação proposta pelo Grupo Jornal do Brasil, que reivindicava para si a patente do nome "CIDADE".
A rádio que, com 21 anos de existência, tinha marcado uma geração, foi obrigada a deixar de lado o nome que a consagrou, no dia 22 de março de 2001.
Não se abatendo com que tinha ocorrido, os donos da rádio, no dia seguinte, propuseram a escolha do novo nome da rádio, através de seus ouvintes. Fato esse inédito na história das rádios de São Paulo.
O processo foi realizado com a indicação com livres nomes, tornando-se, na época, uma das promoções mais famosas da cidade. Foram mais de 80.000 sugestões, enviadas por cartas, telefonemas, cupons e e-mails em 18 dias desta promoção.
Em 9 de abril de 2001, nasceu, da opinião dos ouvintes, a Rádio Sucesso 96.9.
Com isso, muitas de suas vinhetas que continham o nome CIDADE, que foi proibido de veicular por causa da justiça, foram adaptados para SUCESSO, além de programas que permaneceram na rádio, também foi obrigado a se adaptar, como foi o programa "TRIPLISUCESSO", que era chamado anteriormente de "TRIPLICIDADE".
A rádio, aos poucos, readquiriu a credibilidade dos ouvintes e do mercado, voltando aos primeiros lugares no IBOPE, alcançando, inclusive a liderança absoluta nas rádios FM de São Paulo.
No ano de 2004, a rádio passava por uma profunda crise financeira até que em setembro daquele mesmo ano, o Grupo Bandeirantes de Comunicação, donos de sua arquirival paulistana Band FM, compram a rádio.
Quando da aquisição, à época, se cogitaram diversas especulações, como em ser a rádio mais uma retransmissora da Bandeirantes AM até em manter o atual nome, com a mudança de sua programação, tocando músicas eletrônicas e hip hop, fazendo concorrência direta com as rádios Jovem Pan 2 FM e Mix FM, mantendo as músicas do gênero popular para a sua atual "irmã" Band FM.
O ano de 2005 chega e nenhuma dessas especulações se concretiza, tendo os novos donos a ideia inovadora para Grupo Bandeirantes, de ter uma rádio de notícias 24 horas por dia, fazendo frente a até então a única rádio all news do país, a Rede CBN Brasil, das Organizações Globo.
Com isso, criaram a BandNews FM, e determinaram a sua estreia para o dia 20 de maio daquele ano.
No início do mês de maio, durante a programação normal da rádio, faziam diversas inserções diárias, anunciando o novo nome da rádio e data de sua estreia, o que deixou diversos ouvintes tristes com o final de uma rádio que conquistou e cativou uma geração.
Com isso, a rádio foi aos poucos perdendo a liderança para as rádios concorrentes, e ainda, com a pesada indenização que estava pagando ao Grupo JB, levou os donos da emissora a vendê-la ao Grupo Bandeirantes, que transformou na primeira rádio Band News FM, que depois levaria a criação da Rede Band News, do qual a mesma rádio é a geradora da rede.
A rádio encerrou suas transmissões às 23h59 do dia 19 de maio de 2005. A última música executada foi Aquarela, de Toquinho. Logo após, uma salva de palmas da equipe da emissora pôs um ponto final numa das mais importantes emissoras de São Paulo.
A Sucesso FM retorna Online Por regastes no qual podem ser vistos no You Tube muitos se perguntavam se a radio voltará, isso mudou no dia 25 de julho de 2011 a Sucesso FM retornou Online, mas até agora o site ainda está em construção. A radio voltará a transmitir alguns dos velhos programas entre eles:
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Corintiano e parmerense
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Saudade de Cidade/Sempre Sucesso
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Eletricidade/Pão na Chapa
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Alô Cidade/Alô Sucesso
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Vale a Pena
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O Sucesso da Cidade
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Swing da Cidade
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Festa da Cidade
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Love Songs
As seis da manhã do dia 1º de Maio de 1977, a Rádio Cidade do Rio de Janeiro entrou no ar. Até então, poucas FMs haviam aparecido na década de 70.
O time que inaugurou a Rádio Cidade do Rio de Janeiro e mudou a história do rádio no Brasil. Coordenador -- Carlos Townsend (havia voltado recentemente de Miami e ficara empolgado com o nível e o desenvolvimento das FMs de lá).
Locutores (titulares) -- Eladio Sandoval, Romilson Luiz, Fernando Mansur, Jaguar e Ivan Romero. Locutores (folgadores) -- Paulo Roberto e Sergio Luis
Somando-se música de muito boa qualidade em estéreo com uma equipe de locutores jovens e altamente criativos, a Rádio Cidade entrou no ar com uma comunicação e seleção musical totalmente revolucionárias, diferente de tudo o que o radio fazia na época. Jaguar, Fernando Mansur, Eládio Sandoval, Romilson Luiz e Ivan Romero encontraram um novo caminho para a comunicação no radio. Jaguar com sua alegria alto astral e Fernando Mansur com a sua elegância e bom gosto nos seus comentários comandavam a parte da manhã. Eladio Sandoval com o seu jeito irreverente e inovador formou com o também irreverente e criativo Romilson Luiz, uma dupla de sucesso que criou no FM o humor inteligente e de qualidade que dominava as tarde no Rio.
A emissora também foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980, e transmitia para toda a grande São Paulo,e algumas cidades do interior paulista seguiam seu mesmo estilo usando mesmo nome de fantasia "CIDADE" com tipo de locução e vinhetas da mesma plástica não com tanta obrigatoriedade. Seu repertório musical era baseado essencialmente em músicas atuais do tipo: Pop,Rock,Mpb,Dance Music,Temas de Novela,Pagode,Axé,Novidades Nacionais e Internacionais de gênero musical dos anos 80 e 90. Assim como suas co-irmãs do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, em 9 meses, se torna líder de audiência na região assim permanecendo por 3 anos consecutivos.
Por causa de uma disputa judicial, com relação a patente do nome "CIDADE", movida pelo Grupo Jornal do Brasil (Processo no. 2000.51.01.024303-1, na 38a Vara Federal do Rio de Janeiro), tendo sido a rádio derrotada, foi obrigada, às pressas, a partir do dia 22 de março de 2001, a modificar as suas vinhetas de identificação para que não constasse mais o nome Cidade, em cumprimento de uma ordem judicial.
Então, a partir daí, a rádio passou apenas a se identicar como 96.9 FM, sendo, pouco tempo depois, rebatizada com o nome de Rádio Sucesso FM. Com a mudança de nome, os diretores da rádio também mudaram de filosofia, passando a tocar músicas polulares e lights. A Radio Cidade foi precursora da RÁDIO SUCESSO que na década de 80 foi a referencia de rádio popular FM na Capital de S.Paulo, onde passaram vários comunicadores como Beto Rivera (Hoje superintendente da radio Gazeta FM S.P.), Tavinho Ceschi (Hoje no canal Terra Viva), Beto Medeiros (Hoje em radio do interior de S.P.), Roni Magrini (Hoje nas Radios AM), Celson Giunth (Hoje empresario artístico), Sandra Groth (Hoje ainda em Radios FM), Tony Lamers (Hoje jornalista da TV Tribuna de Santos), Vinny (Hoje nas FMs de São Paulo), Bob Floriano (locutor padrão das casas Bahia e publicitario), Roberto Raz (hoje em FMs de S.P.) Fernando Moreno (Voz Padrao do SBT e locutor radio Gazeta FM), Claudia Martins (Locutora FM e Web em S.P.), Simone Rigotti (Locutora Sul do Pais), Cyro , Julinho Moreno, Guedes, Andre Miller, Fernando Luiz, Wander, Robson, Cesar Almir, Marcelo Braga, Waguinho, Ricardo Hill, Gilson, e muitos outros comunicadores.Vários programas marcaram essa época, "Vale a pena ouvir de novo","Saudade Cidade","Love Songs", "Swing da Cidade", "Sucesso da Cidade", "Triplicidade", "Cidade dá de 10" e muitos outros. Atenciosamente: Rogério Sorroche (Formação: Apresentador de Televisão em 2003 Senac; Locutor pela escola Senac; Ator na escola Persona em 1997/98 ; Faculdade LETRAS Faculdade Unorp em 1998) Cidade: São José do Rio Preto-SP.
Segunda-Feira, 14 de Julho de 2014 @ 09:34
Atualizado | Criador da Rádio Cidade, Carlos Townsend morre nos Estados Unidos
Rio de Janeiro – Townsend é um dos principais nomes do Rádio brasileiro
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Atualizado - 13h21
Uma triste notícia para o rádio brasileiro. O radialista Carlos Townsend morreu neste final de semana, vítima de câncer. A informação foi divulgada na página do radialista no Facebook por meio do ator Paulo Cintura e do jornalista Marco Antonio Manhaes Rodrigues. Em nota, a Rádio Cidade FM 102.9 do Rio de Janeiro informou que o corpo do radialista (que havia completado 60 anos recentemente) foi cremado em Miami (EUA) onde morava há dois meses.
Townsend é um dos principais nomes do rádio brasileiro. Ele foi o criador do projeto da Rádio Cidade FM do Rio de Janeiro. Townsend era produtor da então Rádio Jornal do Brasil AM na década de 70, quando foi convidado (junto a outros dois radialistas) a criar um projeto para a então futura Rádio Cidade. Entre os três projetos, o de Townsend foi escolhido e implantado, sendo criada, assim, em 1977, a Rádio Cidade FM 102.9.
De acordo com uma entrevista ao site locutor.info, em 1978, Townsend foi convidado para montar a Rede Transamérica em São Paulo. Ele ficou um ano na capital paulista, quando voltou ao grupo Jornal do Brasil em 1979 para montar a então Rádio Cidade FM 96.9 de São Paulo, que foi inaugurada em 25 de janeiro de 1980 e foi um grande marco do rádio paulista. Townsend permaneceu por três anos na capital paulista e também implantou a Rede Cidade FM por várias capitais no país.
Townsend morreu neste final de semana, vitimado por um câncer no pulmão. O corpo do radialista foi cremado em Miami (EUA) onde morava há dois meses. Ele deixou a esposa Gisele Townsend e dois filhos gêmeos de 14 anos.
Revista Rádio e o perfil da locutora Cláudia Martins
04/06/2010Deixe um comentárioGo to comments
Por Marcos Lauro
Em 1999, a editora Abril pôs nas bancas uma revista chamada Rádio. Não consegui muitas informações sobre a publicação, mas, aparentemente, durou apenas três edições.
A revista Rádio trazia, além de reportagens diversas sobre o meio, duas seções: “A Voz de São Paulo” e “A Voz do Rio”. Nelas, apresentava o perfil de um locutor de cada uma das cidades. Para mostrar aqui no blog como eram essas seções, vou reproduzir alguns trechos do perfil da locutora Cláudia Martins, que, na época, era locutora da Rádio Cidade, nos 96,9 Mhz de São Paulo:
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Cláudia Martins
A locutora mais romântica da Cidade
Cláudia Martins comanda o programa Vale a Pena, na Rádio Cidade FM, um dos campeões de audiência em São Paulo Quem sintoniza na 96,9, de manhã, talvez imagine que ao meio-dia haja uma troca de locutora. A voz alegre que antes anunciava as músicas dá lugar a uma entonação tranqüila, romântica, quase melosa. Mas a radialista é a mesma.
Cláudia Martins, a Claudinha, como é chamada por seus ouvintes, comanda a programação da Rádio Cidade, diariamente, das 10h às 14h. “Venho fervendo com o ouvinte até o meio-dia. Quando anuncio o Vale a Pena, mudo de sintonia, busco o meu lado mais romântico e sedutor para ler as cartas, as dedicatórias e oferecer as músicas”, revela a locutora.
Parte desse sucesso se deve também ao estilo inconfundível de Cláudia, que criou expressões como “Êta-lê-lê” e “Ooooi”. “A maioria dos ouvintes que atendo me comprimenta usando minhas expressões. Isso é gratificante!”, comemora a locutora.
O que toca
Das 10h às 12h – Cláudia lê notícias, fofocas dos famosos e conta um capítulo das novelas de maior sucesso.
Das 12h às 13h – Vale a Pena, programa mais romântico do dial. Claudinha interpreta cartas de ouvintes e toca as músicas pedidas por eles.
Das 13h às 14h – De volta à programação normal, muito pagode, sucessos do momento, notinhas, participação de ouvintes.
Muitas histórias de amor
No programa Vale a Pena o amor é declarado publicamente. Cláudia interpreta nove cartas enviadas por ouvintes que contam uma história de amor e toca as músicas pedidas.
“Recebemos 3 mil cartas por mês. Para as que não são lidas no ar enviamos resposta por escrito.”
A locutora conta que também lê cartas de amantes e homossexuais que querem enviar suas mensagens. Nesses casos, preserva os nomes, dizendo apenas “de alguém para alguém”. Claudia encerra o programa traduzindo alguma canção romântica enviada pelo ouvinte.
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Quanto à revista, vou procurar mais informações. E Claudia Martins, por onde anda?
Com o nome um pouquinho diferente, Cláudia Martthins pode ser ouvida na Rádio Pool, em que apresenta o programa Happy Hour (quartas, 15h às 17h e sextas, 17h às 19h) e também na Ótima FM, de Pindamonhangava, com o programa Manhã Ótima, das 8h ao meio-dia.
A RÁDIO CIDADE 96,9 FM – SP – EM TRÊS ATOS – COMEÇO, MEIO E FIM... Parte 1
26/03/2011 18:47
Parte 1 – O começo
Vou trazer a nossa coluna desta vez, uma velha discussão. Porque a Rádio Cidade FM de São Paulo, que durante as décadas de 80 e 90, foi referência no segmento da freqüência modulada na América Latina, um dia acabaria...
Trabalhando nela:
Bom, costumo dizer que o rádio começa de um sonho, vira uma paixão e termina numa eterna conquista. Trabalhar na Cidade representava as três coisas ao mesmo tempo. Um sonho, uma paixão e uma conquista. Sempre confidenciei à amigos próximos que no dia em que sintonizassem a Rádio Cidade e me ouvissem no ar, poderiam ter certeza que lá estaria um cara realizado e feliz. Pois é, foi isso que aconteceu, fui contratado para substituir o Mário Gil que se transferia para o Rio de Janeiro na época. Foi uma grande responsabilidade, pois além do Mário ser um grande locutor, o horário era o do Programa Love Songs. Posso dizer que o meu primeiro dia na Rádio Cidade, parecia o meu primeiro dia no rádio. O coração pulsava muito forte e a voz não escondia as nuances da minha emoção. Se eu estava nervoso? Sim, estava bastante. Afinal a Rádio Cidade era líder absoluta em todos os horários, inclusive no da noite o qual eu apresentaria.
Era mais fácil imaginar que algum dia a capital do Brasil mudasse de Brasília para outro lugar, do que imaginar que a Rádio Cidade pudesse acabar. Era uma rádio completa. Mas vamos aos fatos do porque do seu fim. Primeiramente, divergências administrativas entre os acionistas. O proprietário de 51 % das ações era o Décio Matos, os detentores dos outros 49 % eram os acionistas do Jornal do Brasil. A determinada altura, o Décio quis implantar algumas reformas estruturais na emissora e não recebeu o apoio dos demais. Ai, começaram os problemas, pois ele era legalmente o sócio majoritário, mas quem fazia a gestão administrativa era o Jornal do Brasil. Houve uma batalha judicial que levou pouco mais de uma década e que interferiu muito na flexibilidade administrativa da emissora. Mandatos de segurança aqui, liminares ali, o que acabou desestabilizando o trabalho do setor artístico da rádio. Como não bastasse a grande perda para a emissora foi não poder mais se utilizar dá marca Cidade, tendo que ser substituída por outra denominada, Sucesso. Isto porque era o Jornal do Brasil que detinha os direitos da marca Cidade. A rádio era a mesma, mas o nome não e isto na cabeça e nos ouvidos da audiência pesou muito.
Agora analiso os efeitos mercadológicos. A Cidade em 1993 abriu mão da sua tradição de rádio popular, companheira e amigona do ouvinte. Assumiu uma posição mais vanguardista que foi abraçar uma nova tendência na época que era o pop dance. Hoje observando com mais conhecimento, o mercado de rádio no Brasil passa por períodos sazonais e por tendências musicais que vão e vem. No entanto o gênero popular permanece dentro de um estilo clássico que se mantém constante. Isto quer dizer que a grande predominância no país ainda é o estilo sertanejo regionalista, pagode, samba, axé e outros ritmos populares regionais. Se é que houve um grande erro estratégico foi ai. A Rádio Cidade abriu mão de alguns milhões de ouvintes para buscar um segmento mais elitizado. Ou seja, ao você mudar a classe social, você muda também o universo de artistas executados na programação, muda a classe social do ouvinte e conseguinte o target de patrocinadores. Ao mexer numa ponta da estrutura comercial da emissora, dificilmente você vai conseguir manter o mesmo segmento de ouvintes. O que aconteceu a partir disto era previsível, as concorrentes observando o espaço deixado pela Rádio Cidade no dial, passaram a buscar os ouvintes órfãos do estilo com as mesmas estratégias promocionais e de programação musical. Inclusive muitos locutores da Cidade, como o Tony Lamers, o Nelson Gomes, o Roberto Hais foram contratados pelas concorrentes para preencher este vazio. Deu certo para as rivais e a Cidade começou a amargar por um longo período os efeitos da queda da audiência no IBOPE. Voltar ao primeiro lugar novamente lhe custou sete anos. No entanto, o preço foi bastante alto para a rádio, pois perante o público, ela voltou com uma imagem bastante diferente da que possuía na década de oitenta.
Eu já estava a um ano em São Paulo na Rede Transamérica no Alto da Lapa quando recebi um telefonema de Carlos Lemos, superintendente do Sistema Rádio Jornal do Brasil. Ele me contou que o JB havia feito um sociedade com os Srs. Nilo e Décio Mattos. A idéia era lançar o formato Cidade (que eu havia criado no Rio) em São Paulo na freqüência de 96,9 Mhz.
O ano era 1979 e o desafio era imenso: reproduzir em São Paulo o mesmo sucesso que a Rádio Cidade FM havia alcançado no Rio de Janeiro. O ponto de partida era zero. Não havia equipe, apenas a sucursal do Jornal do Brasil no 15º andar do prédio do Banco Francês e Brasileiro na Av. Paulista. Quando fui a sucursal pela primeira vez a outra metade do 15º andar, onde seria a rádio, ainda estava em obras. Chegando lá o Chefe da Sucursal, Mauro Guimarães, me apresentou a um jornalista iniciante. Era Luiz Henrique Romagnoli, o bom e velho Roma que, junto com Rosa Sposito, vieram a serem os primeiros funcionários da RC de Sampa! Embora eu já estivesse trabalhando a um ano no mercado de São Paulo a ajuda do Luiz Henrique foi fundamental para um rápido sucesso. Porque, alem de cuidar de um novo tipo de jornalismo de notas curtas, foi o Roma quem me indicou alguns dos primeiros apresentadores como Paulinho e Serginho Leite.
Havia muito pouco tempo para montar a rádio. Os estúdios ficaram prontos um pouco antes do Natal de 1979 e a idéia era lançar a Rádio Cidade paulistana em 25 de janeiro, dia no aniversário da cidade. Tínhamos um mês para fazer tudo: adaptar a programação da Rádio Cidade do Rio, montar o departamento comercial e de promoção e, acima de tudo, selecionar e treinar os apresentadores. Um mês???
Apareceram mais 100 candidatos iniciais que primeiro fizeram uma prova escrita eliminatória. Em poucos dias selecionei uma dúzia que logo foram reduzidos para os 7 primeiros apresentadores que estrearam: Paulinho Leite das 6 as 10 da manhã, Cesar Rosa das 10 da manhã as 2 da tarde, Edimir Rabello Jr., que teria que ocupar o principal horário das 2 as 6 da tarde (que havia sido consagrado pelo Sandoval na RC do Rio), Celene Aráujo, a primeira mulher a trabalhar numa rádio de FM pop-jovem de uma grande mercado, das 6 da tarde as 10 da noite e Beto Rivera fechando o dia das 10 da noite as 2 da madrugada. Os folguistas eram Rony Magrini, Rubinho Cruz e Sergio Rodrigues.
Mas, ao contrário da Rádio Cidade do Rio que teve uma baixa rotatividade de apresentadores em seus primeiros anos em São Paulo a coisa foi bem diferente. Meu primeiro problema foi logo de cara com o principal apresentador da rádio. Edmir era um grande talento mas com uma cabeça muito inquieta. Celene, que acordava todos os dias as 4, para apresentar o Bom Dia São Paulo também não agüentou o tranco. E logo ficou evidente a falta de trejeito de dois dos folguistas, Rubinho e Sergio. Poucos meses depois de inaugurada a Rádio Cidade de SP já teve profundas mudanças em sua equipe de locutores. Com a saída de Edmir promovi Paulinho Leite que estava de manhã para o horário nobre da tarde. Rony Magrini, que era folguista, entrou com titular no primeiro horário do dia na vaga do Paulinho. Henrique Terra substituiu Celene Araujo e eu precisava arrumar mais folguistas.
Resumo da ópera: em três anos vários personagens passaram pela Rádio Cidade de São Paulo. Alem dos mencionados acima, na minha gestão, também estiveram por lá: Bob Floriano, Otávio Ceschi Jr., Flávio Ashcar, Vini França, Serginho Leite, Marcelo Petito, Tony Lamers, Eloy Moreno alem de Eliana Chuffi, que era uma espécie de estagiária-mascote da rádio e hoje ocupa o principal horário da rádio de maior audiência do mercado de São Paulo, a MIX FM.
Mas havia um personagem que era simplesmente impar, de inigualável alegria e inquietação. Bob Floriano convenceu Décio Mattos a ir até a Gledson, grife de roupas jovens com idéias bem avançadas para a época a ponto de ter uma rádio ao vivo na sua pronta-entrega. Lá Bob apresentou Décio a Celso Giunti que, por sua vez, foi recomendado a mim. Fiz alguns testes com Celso que deixou transparecer que ainda estava muito cru para assumir uma posição uma grande rádio FM, que a este altura já era líder em São Paulo. Tive a dura e difícil missão de dizer ao Celso que ele ainda não estava preparado, mas que tinha muito potencial e que deveria começar em uma rádio menor.
Eu me dava a este trabalho porque sabia que os bons acabariam se aperfeiçoando e eventualmente voltariam prontos para entrar no ar e darem um banho. E Celso Giunti não fugiu a esta regra. Cotonete (apelido “carinhoso dado pelos outros apresentadores por seu cabelos encaracolados) acabou aprendendo o ofício na Rádio Stereo Vale FM de São José dos Campos e logo bateu a minha porta novamente. Ele foi uma das últimas contratações que fiz antes de ser promovido a Coordenador de Projetos Especias e viajar implantando outras Rádios Cidade pelo Brasil afora, como foram os casos de Belo Horizonte, Goiania e Recife.
O resto da trajetória de Celso Giunti é história que ele saberá muito bem contar. Abração e parabéns Celsinhooooo! Você venceu a pareceu!
Por Carlos Townsend